domingo, 17 de fevereiro de 2008

Diálogo dislexo com o ser

Num cubo de gelo da esfera da vida caía ela doida desvairada subindo a passos largos a escada do sótão do casebre.
Passos calmos, passos lentos, portas baixas ao relento, uma busca incessante ao pecado original. Será ela o motivo ou a flor rosácea do jardim seco?
Passos rápidos velozes e virtuosos sabia exatamente onde chegar. Sem delongas, a maçaneta girava, a porta abria e o segredo sempre guardado ressurgia como um nada. Tudo. Virou-se o mundo.
Estava dentro de sua mente, via a si, se via em nós. Era tão belo quanto feio. Era tão lúcido quanto confuso. Era ela. Ela
Fechar a porta ou permanecer no quarto? Aceitar sua doença ou viver na embriaguez? Dar as costas ao mundo ou compartilhar o medo?
Num misto de sinapses e neurônios ela se dispunha a nadar pelas redes neurais, cabia a ela tomar o impulso elétrico que domaria sua vida. Cabia a ela ser o que fosse.
Ela já não cabia em si.
Era tarde.Tarde para aceitar o que sempre fora.


(continua....)

Apesar de ninguém vistar este blog (ufa!), vou deixar alguns pontos claros.
A falta de acentuação (vírgulas, pontos necessários são propositais, tem a idéia te intensificar o rítmo da narrativa, tirar o fôlego, deixar em dúvida o leitor).